sexta-feira, outubro 27, 2006

SEGUNDA

Começa hoje uma nova semana com ela a vontade de deixar partir a tristeza que me tem assolado, vou tentar aproveitar este dia de chuva e brincar com as gotas de água que teimosamente me molham o rosto dando-lhe um ar de gato pingado, não aquele que acompanhará um dia todos nós à nossa última morada, será que é?, mas sim daqueles animais felinos que nós à muito tempo tentamos domesticar e que eles de forma altiva, nos vão deixando alimentar nunca estabelecendo connosco uma relação sincera de amizade.
Só a vontade não chega pela enésima vez vou elaborar um plano que abandonarei logo que me chegue a mostarda ao nariz, depois será o antigo eu a tomar conta das operações, recorrentemente tenho vivido assim não lucro com a experiência apenas lhe vou dando a mesma cor da camisola que já há muito deixei de usar por estar tão descolorada, se viver é o acumular de experiência então eu não tenho vivido, apenas conto os dias até que um dia seja o dia.
Inquieta-me este sentimento de falsa calma com que me mostro, dentro de mim existe uma revolta, que se eclodir será pior que um vulcão quando lança no ar o seu magna fumegante, talvez sejas tu que me inspiras a engolir tudo aquilo que me fazem, porém um dia estarei cansado de sentir na face a força das tuas provocações e em vez de dar a outra, reúno forças e retribuo em dobro tudo aquilo que me tens dado, ainda não percebeste que com o teu sorriso sádico, revelas a besta que existe dentro de ti, deixa-me vai-te embora, eu apesar de infeliz, não espalho a minha infelicidade pelos outros, engulo-a para que não torne ainda mais amarga esta passagem.