LALA
Lala, garbosa nas suas vestimentas qual égua em dia de desfile é aquilo a que na linguagem popular se designa por borracho, esta fêmea provoca mesmo quando nada faz nesse sentido, tem umas formas de tal modo perfeitas, que foi convidada para desfilar numa passagem de modelos, relutante primeiro disse que não, mas olhando para o espelho pensou e porque não, decidiu-se então pelo sim, no dia combinado lá foi ela para a passerelle, o estilista que a convidou achou por bem que ela usasse um vestido em seda com aplicações em madre pérola, capelina no mesmo tom do vestido, para completar o conjunto sapatos de salto de agulha, o tema da colecção foi o campo no Outono cada um dos manequins desfilava com produtos da terra e um animal, coube-lhe castanhas e um burro, o que devo fazer para desfilar com estes apetrechos, perguntou a um dos outros modelos é simples numa mão levas o jumento na outra as castanhas, ao andar porém deves ter o cuidado de não dar trela ao animal pode-se espantar e ao chão te deitar, as castanhas vais deixando cair uma à medida que vais avançando, crias atrás de ti um caminho bem delineado, para o próximo a desfilar poder utilizar.
Deslizava ela em todo o seu esplendor quando teimosamente o jerico estancou o passo, provocando-lhe uma queda de tal modo aparatosa, aquele pedaço de algodão doce rolou no ar mostrando os seus atributos, fazendo uso da sua refinada educação, soltou uma metáfora digna do mais elaborado dicionário de termos neoclássicos de uso popular, provocando na assistência uma cachinada geral, curioso foi que o burro ao ouvir tal alvoroço, reatou o passo rebocando Lala qual carroça sem carga, fomentando ainda maior alarido, uma senhora que passava pelas brasas, numa das cadeiras da primeira fila, despertou do seu sono soltando um bravo, que linda forma de mostrar aquilo que devemos ocultar, referia-se aos predicados da modelo, é este o vestido que eu quero comprar que até aos burros consegue motivar, que bem me vai ficar quando numa festa eu o usar, vou já um cheque passar, mas alguma coisa está a faltar, vou ter que me concentrar, vontade eu tenho, a mão também, na bolsa vou encontrar o que estou a precisar, vamos lá a procurar, agenda, base, batons, chaves, ganchos, isqueiro, lenços, leque, pastilhas, perfume, porta moedas, remédios, rímel, telemóvel, caneta e cheques sem cobertura.
Deslizava ela em todo o seu esplendor quando teimosamente o jerico estancou o passo, provocando-lhe uma queda de tal modo aparatosa, aquele pedaço de algodão doce rolou no ar mostrando os seus atributos, fazendo uso da sua refinada educação, soltou uma metáfora digna do mais elaborado dicionário de termos neoclássicos de uso popular, provocando na assistência uma cachinada geral, curioso foi que o burro ao ouvir tal alvoroço, reatou o passo rebocando Lala qual carroça sem carga, fomentando ainda maior alarido, uma senhora que passava pelas brasas, numa das cadeiras da primeira fila, despertou do seu sono soltando um bravo, que linda forma de mostrar aquilo que devemos ocultar, referia-se aos predicados da modelo, é este o vestido que eu quero comprar que até aos burros consegue motivar, que bem me vai ficar quando numa festa eu o usar, vou já um cheque passar, mas alguma coisa está a faltar, vou ter que me concentrar, vontade eu tenho, a mão também, na bolsa vou encontrar o que estou a precisar, vamos lá a procurar, agenda, base, batons, chaves, ganchos, isqueiro, lenços, leque, pastilhas, perfume, porta moedas, remédios, rímel, telemóvel, caneta e cheques sem cobertura.
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