segunda-feira, outubro 02, 2006

TARPSA

Tarpsa, na casa dos sessenta esta mulher após uma carreira medíocre a tratar de produtos hortícolas, na companhia Lagus onde trabalhou, não fora um dos proprietários ter aberto os olhos e convida-la a sair porque quase levou a empresa à falência, mora em numa habitação totalmente construída com material reciclado, proveniente dos lixos urbanos e não só, entre outros luxos gaba-se de ter na sua habitação, uma cadeira de massagens construída com imagine-se falos mecânicos é lá que recorda os seus tempos de operária fabril, onde diariamente tratava dos tomateiros antes da vertiginosa ascensão, depois de dormir com um patrão, a directora de produção, roliça e desajeitada no andar tem um ligeiro defeito na voz é fanhosa, não se percebe bem porque, ao contrário de um célebre vinho português, com a idade tem piorado, a pouca massa cinzenta que possuía, tem-se degradado mais rapidamente que álcool quando se abre o recipiente.
Somente a opção voluntária do autor, em não transformar estas linhas num conjunto digno do kama sutra em estilo escrito, leva a que parte das actividades desta senhora não sejam descritas, não posso contudo resistir à tentação de descrever uma cena em que Tarpsa foi inquirida por Ocram sobre um pretenso amor entre ela e o namorado dele, vinte anos mais novo, dizia Ocram olha Tarpsa penso que o Leiro, anda a enganar-me e mudou de clube, já não me prepara como noutros tempos, chega-me a casa com um cheiro a tomate velho, vê tu que um destes dias trazia no casaco um cabelo longo aloirado, que só poderia ser de alguém já entrado na idade, vendo bem parecido com os teus cabelos, não me digas que tu andas a usar o meu Leiro, para te limpar essa casa cheia de teias de aranha, palavra puxa palavra e os dois travam-se de razões, entre curta e comprida, bate-folhas e funileiro, foi tal a confusão que abriram um buraco no chão, de parte gozando o pagode estavam Siul e Leiro à conversa, vendo no enredo um meio de fazer negócio qual cineasta, gravaram tudo em formato digital, para mais tarde recordar, fizeram várias cópias, montaram uma banca com um ecrã gigante no mercado de Sarieva, foi sempre a facturar, tiveram que abandonar a praça por falta de produto para todos os fregueses, ali mesmo combinaram estender a actividade a outras personagens, quiçá passarem a viver juntos realizando as suas próprias facécias, para comercializarem depois.

2 Comments:

At 4:55 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sem palavras! Nem posso dizer o quanto este texto faz jus à sua personagem. Assim como tantos outros aqui descritos.

Confesso sentir saudades daqueles textos em que o bostor navegava por telas de final de tarde, com a música, bem ao longe a querer puxar as lágrimas..

 
At 7:26 da tarde, Blogger bostor said...

Pois é tenho prtcorrido outros cenários a dureza do ambiente impede-me de sentir a beleza de um dia de chuva quando o sol penetra através da Janela

 

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