DINÔ
Dinô, carinhosamente assim tratado pela sua mulher de origem belga, por não conseguir pronunciar o seu nome próprio Fernando, homem na casa dos setenta e cinco anos, trava neste momento uma terrível guerra que não conseguirá vencer, é chegada a sua hora de dizer adeus e partir para os braços de quem realmente o ama, esta viagem não é determinada pela sua vontade, nem contudo sabe quando terá inicio, tem o bilhete desde aquele dia remoto em que os Pais, num gesto de amor reuniram condições para ele ser seu filho, não único mas com mais irmãos, é Pai do coração de uma mulher que mesmo não sendo sua filha, é tratada como tal e nutre por ele mais carinho que algumas filhas biológicas sentem pelos Pais.
Ligam-me a ti laços, que tiveram muitos altos e baixos, em criança por viveres longe, imaginava a tua imagem pelos relatos da minha mãe, sentia-me especial por ter um tio com tanta pica, capaz de ter ido sozinho para tão distante lugar, mais tarde o nosso primeiro encontro dá-se quando eu estou na casa dos quinze, foi amor à primeira vista tu e a tua família abriam-me as portas do mundo, foi inspirado nele que eu, com vinte anos a mesma idade com que tu decidiste partir, eu fiz uma viagem sozinho pela Europa, nesta rota de trinta dias senti que conseguiria alcançar qualquer lugar, desde que assim me apetecesse, nunca tive medo ou me senti isolado, com a morte do meu Avô, não podia sequer ouvir pronunciar o teu nome, não te perdoava o facto de na tua casa, teres um quarto para um casal de cães, mas o Avõ dormia no anexo da casa onde o obrigavas a dormir numa cadeira do tipo americana, na qual ele não se podia mexer, choquei-me porque só descobri isto, quando com uma grande felicidade os fui convidar para o meu casamento, passados dias o meu Avô morreu, fiquei de luto muito sentido pelo que tinha acontecido, não conseguia falar-te só me apetecia atribuir-te a culpa pela morte do meu melhor amigo, resolvidas as coisas dentro de mim reatamos relações, recebi a noticia de que o Dinô como hoje te trato estava internado, fui ver-te, estás com um cancro no esófago, não consegui dizer-te em discurso directo porque não sabes o que tens, entretanto já escutei o teu lado da história com o meu Avô, no fundo tens um coração de ouro, tenho orgulho em seres meu tio, não tomaste o lugar do teu Pai porque era único, mas serás recordado.
Ligam-me a ti laços, que tiveram muitos altos e baixos, em criança por viveres longe, imaginava a tua imagem pelos relatos da minha mãe, sentia-me especial por ter um tio com tanta pica, capaz de ter ido sozinho para tão distante lugar, mais tarde o nosso primeiro encontro dá-se quando eu estou na casa dos quinze, foi amor à primeira vista tu e a tua família abriam-me as portas do mundo, foi inspirado nele que eu, com vinte anos a mesma idade com que tu decidiste partir, eu fiz uma viagem sozinho pela Europa, nesta rota de trinta dias senti que conseguiria alcançar qualquer lugar, desde que assim me apetecesse, nunca tive medo ou me senti isolado, com a morte do meu Avô, não podia sequer ouvir pronunciar o teu nome, não te perdoava o facto de na tua casa, teres um quarto para um casal de cães, mas o Avõ dormia no anexo da casa onde o obrigavas a dormir numa cadeira do tipo americana, na qual ele não se podia mexer, choquei-me porque só descobri isto, quando com uma grande felicidade os fui convidar para o meu casamento, passados dias o meu Avô morreu, fiquei de luto muito sentido pelo que tinha acontecido, não conseguia falar-te só me apetecia atribuir-te a culpa pela morte do meu melhor amigo, resolvidas as coisas dentro de mim reatamos relações, recebi a noticia de que o Dinô como hoje te trato estava internado, fui ver-te, estás com um cancro no esófago, não consegui dizer-te em discurso directo porque não sabes o que tens, entretanto já escutei o teu lado da história com o meu Avô, no fundo tens um coração de ouro, tenho orgulho em seres meu tio, não tomaste o lugar do teu Pai porque era único, mas serás recordado.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home