IOLIAS
Iolias, professor universitário, de origem alemã, próximo dos sessenta, solteirão vive sozinho com o seu gato brecas, a sua presença faz-se anunciar muito antes de se avistar, usa um perfume de tal modo intenso, que até as moscas fogem dele, as suas aulas são uma perfeita seca, tal o tom monocórdico que usa para explanar a matéria, óculos na ponta do nariz de vez em quanto penteia as melenas com um gesto muito característico de quem está nervoso, tem sempre uma caneta na mão, descarrega nos seus alunos toda a carga negativa que a sua vida lhe tem dado, as recentes alterações que o processo de Bolonha introduziu no ensino, deixaram-no ainda mais inseguro, a maior parte dos actuais educandos resolveu substituir o seu prezado cadeirão por outras mesmo que sejam de grau de dificuldade muito maior, indiciando o grau de descontentamento que detêm pela sua disciplina, apesar das muitas avaliações negativas que ao longo dos anos tem obtido, mantêm-se no activo tal estátua do Rei D. José I, na Praça da Figueira.
Sofreu recentemente um desgosto profundo o brecas tomado de amores por quiçá uma gata, resolveu fugir de casa num dia em que Iolias, pela manhã tomava o seu banho, tal foi a atrapalhação que ele tal como estava, veio a correr para a rua clamando, brecas, brecas volta para o dono não comes mais bonecas, uns alunos que passavam por perto, vendo o professor naqueles preparos, taparam a cara com as batinas começando a gritar, brecas foge do dono que já não come bonecas, infâmia gritou o douto catedrático, quem sois vós que tão mal me tratam, não sede cobardes retirai as vossas capas, destapai as vossas faces, qual gigante assustado pelo Adamastor ele dirigiu-se a eles, delirando com a situação os meliantes continuaram a andar gritando cada vez mais alto, o nosso herói com a fúria à flor da pele esqueceu o bichano, foi no rasto deles, nem se apercebendo que eles o levavam direitinho para a Faculdade onde ele exercia o seu mister, foi um delírio a sua entrada, perante o inusitado o nosso homem estava nada mais, nada menos do que vestido com uma touca na cabeça, chambre de seda em cor-de-rosa, chinelinhas de quarto com pompons no mesmo tom, soquetes brancos presos com uma liga á perna, pensaram que ele estava vestido só com a epiderme, mas a foto ficava mal com um associado já há muito reformado.
Sofreu recentemente um desgosto profundo o brecas tomado de amores por quiçá uma gata, resolveu fugir de casa num dia em que Iolias, pela manhã tomava o seu banho, tal foi a atrapalhação que ele tal como estava, veio a correr para a rua clamando, brecas, brecas volta para o dono não comes mais bonecas, uns alunos que passavam por perto, vendo o professor naqueles preparos, taparam a cara com as batinas começando a gritar, brecas foge do dono que já não come bonecas, infâmia gritou o douto catedrático, quem sois vós que tão mal me tratam, não sede cobardes retirai as vossas capas, destapai as vossas faces, qual gigante assustado pelo Adamastor ele dirigiu-se a eles, delirando com a situação os meliantes continuaram a andar gritando cada vez mais alto, o nosso herói com a fúria à flor da pele esqueceu o bichano, foi no rasto deles, nem se apercebendo que eles o levavam direitinho para a Faculdade onde ele exercia o seu mister, foi um delírio a sua entrada, perante o inusitado o nosso homem estava nada mais, nada menos do que vestido com uma touca na cabeça, chambre de seda em cor-de-rosa, chinelinhas de quarto com pompons no mesmo tom, soquetes brancos presos com uma liga á perna, pensaram que ele estava vestido só com a epiderme, mas a foto ficava mal com um associado já há muito reformado.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home