MARGENS
Durante uns tempos tive a impressão de que tudo era perfeito, vivia num mundo mágico em que não existiam comparações, falo da minha primeira infância, quando descobri o valor das letras começaram os meus problemas, passo a passo fui encontrando diferentes novas formas de dizer o mesmo, era um estado de graça que cada novo livro me fazia sentir, lembro-me de um que marcou a diferença e me fez acordar para a realidade, o titulo é algo invulgar, Morte de um rato ao domingo, a partir da sua leitura tudo mudou para mim, foi uma violação directa de tudo aquilo que suportava a minha vida, apoderou-se de mim a inquietação, as paredes do meu palácio ruíram e contemplei com desagrado quanto poderia ser dura a vida fora daquela protecção, conjuguei amargamente o verbo desilusão, fiquei triste por aquela morte e sobretudo ao domingo dia em que deveria existir sempre felicidade, hoje muitos anos depois, sei que felicidade existe nos sonhos, realidade é todos os dias e é ela tal como antes que continua a violar-me, mas ao contrário de quem é violado eu não me tornei violador, canalizo o meu sofrer para as linhas que vou escrevendo, como é duro sentir na pele a violência de uma violação, por vezes desejaria gritar aos quatros ventos deixem-me em paz, não me violem, mas silenciosamente vou calando o meu grito e revejo o rol de boas intenções a que me propus, perdoa, não ligues, conta até 10 e depois novamente, respira fundo, pensa nos momentos em que sozinho pudeste apreciar o pôr do sol, ou então recorda aquela viagem, esses momentos podem servir de válvula de escape para o que te agride e viola, mas durante quanto tempo poderei continuar, não sei, mas como tudo isto terá um fim, não me preocupa qual poderá ser, apenas pretendo soltar-me e mesmo chorando, com desejo de fugir de agredir de gritar teimosamente vou continuar, não sou de aço e como tal receio que alguma fragilidade me afaste.
Como é irritante ouvir no trabalho aquela voz de cana rachada, mais conhecida por rabo torto, procurando formas de se livrar da responsabilidade, todos podem errar mas a eficiência em pessoa nunca, ou talvez sim talvez falhe e lhe tenha faltado algo, faltaram-lhe aqueles açoites que se dão às crianças quando se comportam mal, como sacode a bunda por entre risinhos de pura histeria, qual adepto quando vê o seu clube marcar um golo, ou ao ouvir o cantor pelo qual morre de amores, numa palavra só, lixo, lixo é assim que espanto aquela bruxa má saída do pior conto de terror, neste preciso momento quis partir tudo à minha volta os sons que oiço em casa fazem-me sentir raiva uma grande raiva desta cambada de lixo que me rodeia desta tresloucada existência que me obriga a suportar este conviver que odeio, o calor invade-me o corpo paro e penso mas o que fazer abdicar de tudo aquilo que me rodeia, serás capaz de viver como um sem-abrigo, que espera da caridade dos outros o pouco que possui, a roupa do corpo, e nalguns casos a muita sujidade que o viver na rua transporta é esse o estilo que queres, como a revolta me faz zangar, sim porque me sinto revoltado por ter sido enganado, não pedi para existir e contudo tenho que carregar este fardo de desilusão e corro para uma meta que desconheço onde está.
Pois é a felicidade não existe, mentem aqueles que dizem que sim, poderá existir alguns momentos em que esquecemos a conta da casa, água e luz entre outras, podemos então saborear o sabor de nada nos chatear, vou ter que sair para satisfazer um desejo de consumo, eu não estou com fome de juntar mais uma quantidade de inutilidades aquelas que já tenho, mas não vou sozinho, vivo sozinho apesar de acompanhado, tem que ser a envolvente assim o obriga, mas que grande chatice, mesmo com a idade que tenho ainda sou obrigado a usar máscaras, como diria alguém o que tem que ser tem muita força, e a força da gravidade puxa para baixo, obriga-nos a manter sempre um equilíbrio muitas vezes precário entre o querer e o que somos obrigados a ser.
Como é irritante ouvir no trabalho aquela voz de cana rachada, mais conhecida por rabo torto, procurando formas de se livrar da responsabilidade, todos podem errar mas a eficiência em pessoa nunca, ou talvez sim talvez falhe e lhe tenha faltado algo, faltaram-lhe aqueles açoites que se dão às crianças quando se comportam mal, como sacode a bunda por entre risinhos de pura histeria, qual adepto quando vê o seu clube marcar um golo, ou ao ouvir o cantor pelo qual morre de amores, numa palavra só, lixo, lixo é assim que espanto aquela bruxa má saída do pior conto de terror, neste preciso momento quis partir tudo à minha volta os sons que oiço em casa fazem-me sentir raiva uma grande raiva desta cambada de lixo que me rodeia desta tresloucada existência que me obriga a suportar este conviver que odeio, o calor invade-me o corpo paro e penso mas o que fazer abdicar de tudo aquilo que me rodeia, serás capaz de viver como um sem-abrigo, que espera da caridade dos outros o pouco que possui, a roupa do corpo, e nalguns casos a muita sujidade que o viver na rua transporta é esse o estilo que queres, como a revolta me faz zangar, sim porque me sinto revoltado por ter sido enganado, não pedi para existir e contudo tenho que carregar este fardo de desilusão e corro para uma meta que desconheço onde está.
Pois é a felicidade não existe, mentem aqueles que dizem que sim, poderá existir alguns momentos em que esquecemos a conta da casa, água e luz entre outras, podemos então saborear o sabor de nada nos chatear, vou ter que sair para satisfazer um desejo de consumo, eu não estou com fome de juntar mais uma quantidade de inutilidades aquelas que já tenho, mas não vou sozinho, vivo sozinho apesar de acompanhado, tem que ser a envolvente assim o obriga, mas que grande chatice, mesmo com a idade que tenho ainda sou obrigado a usar máscaras, como diria alguém o que tem que ser tem muita força, e a força da gravidade puxa para baixo, obriga-nos a manter sempre um equilíbrio muitas vezes precário entre o querer e o que somos obrigados a ser.
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