Telhas
Hoje acordei com uma daquelas telhas que nem dá para explicar, normalmente engulo aquilo que me fazem, sem reagir no imediato, hoje porém o meu estômago ficou reduzido durante a noite, e não consegui evitar a indisposição que um convite para almoçar despertou em mim, quero mesmo cada vez mais ficar no meu canto, assim não percebo a falsidade de quem me rodeia, estarei a ficar parecido com a avestruz, ou estou a procurar delimitar o meu terreno, pois é muito tenho feito para não me chatear, mas chegou o momento de dizer basta, tudo tem um fim, estou cansado de tanta hipocrisia, não pretendo alimentar mais situações dúbias, pão pão , queijo queijo Zeca dizia a publicidade pois é será mesmo assim, pisaram mas não vou calar a dor de ter sido pisado, basta, tanto me faz que me chamem bruto, mas acabou a situação do menino bonzinho.
Falando de outras coisas, não tenho que continuar a alimentar a telha mas é mesmo assim ela demora a passar, portanto tenho que encontrar soluções, rumar noutra direcção, desviar o meu pensamento quem sabe para aquela viagem, que fiz ao imaginário dos meus sonhos e onde posso sempre encontrar a minha alma gémea, sei bem que ela não existe, mas neste espaço a minha angustia transforma-se no desejo ardente de sentir tudo aquilo que não está no plano físico, como é bom saborear aquele leve toque que percorre o meu corpo, dando-lhe um calor capaz de incendiar uma floresta, ou mesmo apagar por completo o esplendor do sol, transporto-me para a imensidão de nada ter e de tudo possuir, como é doce a tentação de não ter limites, o meu sonho alimenta a minha sede de me sentir vivo, mesmo de cada vez que ele é interrompido, como o foi hoje, recomeça sempre e renova-se dando lugar a um estado de graça que me protege de tudo aquilo que me fere, durante muito tempo este sonho foi suficiente para me conter, agora está cada vez mais ténue a barreira entre o sonho e a realidade, ou perdeu a força que teve noutros tempos, as minhas telhas por vezes são maiores do que noutros tempos, tenho que começar a jogar à defesa, não posso deixar que terceiros paguem, contas que não são suas, temos sempre tempo para pensar, e para mudar de vida, mas altas são as montanhas que a vida nos reserva, contudo o gosto de as escalar sobrepõe-se à sua altura, chegados ao cume podemos observar a linda vista, e saborear o que fomos construir, mesmo que nem sempre fosse o melhor mas uma coisa nós poderemos dizer tentamos.
Espero que as minhas telhas possam acabar um dia, pode estar nas minhas mãos, tenho que as largar ao vento tal como as palavras, abandoná-las como se de folhas se tratassem, assim levadas pelo impulso da brisa partirão para bem longe e talvez me deixem saborear os pequenos prazeres que a vida tem, não falo de bens materiais, mas sim da alegria que é sentir a presença do amor que se dá sem nada pedir em troca, desinteressado e altruísta, mas ouvi dizer algures que nada se perde, nada se cria tudo se transforma, assim terei também que me transformar, em quê? Não sei, tantas dúvidas, onde poderei encontrar respostas, como é ingrato ter que viver sempre preso, estou cansado de ouvir até os passos de quem me espia e me faz sentir prisioneiro de uma existência sem qualquer sentido, o nosso caminho não é comum, sou mais um no meio da multidão, é por isso que me sinto só, mesmo muito só, não tenho amigos verdadeiros, porque nunca consegui construir uma amizade, quem me procurou quis sempre algo em troca, tratou-me como uma mercadoria por isso com um preço, mas eu não estou à vendo e por essa razão não tenho preço, então na minha capa vou mostrando que está tudo bem porém, mesmo acompanhado estou sempre sozinho, não consigo amar, vou esboçando leves sorrisos que escondem a minha infelicidade, procuro refugio em muitos afazeres, assim não tenho tempo para reflectir no quanto me falta, entregando-me por momentos sinto que estou acompanhado e um dia talvez encontre a confiança que me escapa e possa começar a amar, como será diferente então, pelo que ouço contar é um estado que transfigura a vida enchendo-a de cor, mas amar é uma coisa diferente de casar, casar e disso tenho experiência implica muitas coisas, os dias bons e os menos bons as minhas e as telhas dela, como é difícil a convivência pacifica entre o fogo e a água, é uma batalha que não se afigura simples, objectivos disjuntos por isso antagónicos, como são pesados estes laços que nos obrigam a suportar, que triste sina de quem nasceu para sofrer, penosamente carrega a minha cruz e tenho que na face exibir o meu melhor sorriso e agradecer pelas horas tranquilas que ela lhe não me oferece, alto bem alto gostaria de gritar que tenho pressa de viver e não posso adiar, o tempo passa e um destes dias tudo aquilo que eu poderia fazer hoje, será tarde amanhã, mas falta-me a coragem para quebras as cadeias que me tolhem os movimentos, este meio em que fui educado, impedem-me de dizer que vou partir à procura de um sonho e mesmo que caminhe sempre, um dia irei alcança-lo, no entretanto vou libertando a minha mágoa nestas linhas, mesmo correndo o risco de alguém vir e ler o que estou a fazer e por ainda não me conhecer apesar do tempo que já passou comigo ficar zangada, ainda não consegui perceber que mesmo que me ame muito, eu não sou capaz de a amar do mesmo modo.
Falando de outras coisas, não tenho que continuar a alimentar a telha mas é mesmo assim ela demora a passar, portanto tenho que encontrar soluções, rumar noutra direcção, desviar o meu pensamento quem sabe para aquela viagem, que fiz ao imaginário dos meus sonhos e onde posso sempre encontrar a minha alma gémea, sei bem que ela não existe, mas neste espaço a minha angustia transforma-se no desejo ardente de sentir tudo aquilo que não está no plano físico, como é bom saborear aquele leve toque que percorre o meu corpo, dando-lhe um calor capaz de incendiar uma floresta, ou mesmo apagar por completo o esplendor do sol, transporto-me para a imensidão de nada ter e de tudo possuir, como é doce a tentação de não ter limites, o meu sonho alimenta a minha sede de me sentir vivo, mesmo de cada vez que ele é interrompido, como o foi hoje, recomeça sempre e renova-se dando lugar a um estado de graça que me protege de tudo aquilo que me fere, durante muito tempo este sonho foi suficiente para me conter, agora está cada vez mais ténue a barreira entre o sonho e a realidade, ou perdeu a força que teve noutros tempos, as minhas telhas por vezes são maiores do que noutros tempos, tenho que começar a jogar à defesa, não posso deixar que terceiros paguem, contas que não são suas, temos sempre tempo para pensar, e para mudar de vida, mas altas são as montanhas que a vida nos reserva, contudo o gosto de as escalar sobrepõe-se à sua altura, chegados ao cume podemos observar a linda vista, e saborear o que fomos construir, mesmo que nem sempre fosse o melhor mas uma coisa nós poderemos dizer tentamos.
Espero que as minhas telhas possam acabar um dia, pode estar nas minhas mãos, tenho que as largar ao vento tal como as palavras, abandoná-las como se de folhas se tratassem, assim levadas pelo impulso da brisa partirão para bem longe e talvez me deixem saborear os pequenos prazeres que a vida tem, não falo de bens materiais, mas sim da alegria que é sentir a presença do amor que se dá sem nada pedir em troca, desinteressado e altruísta, mas ouvi dizer algures que nada se perde, nada se cria tudo se transforma, assim terei também que me transformar, em quê? Não sei, tantas dúvidas, onde poderei encontrar respostas, como é ingrato ter que viver sempre preso, estou cansado de ouvir até os passos de quem me espia e me faz sentir prisioneiro de uma existência sem qualquer sentido, o nosso caminho não é comum, sou mais um no meio da multidão, é por isso que me sinto só, mesmo muito só, não tenho amigos verdadeiros, porque nunca consegui construir uma amizade, quem me procurou quis sempre algo em troca, tratou-me como uma mercadoria por isso com um preço, mas eu não estou à vendo e por essa razão não tenho preço, então na minha capa vou mostrando que está tudo bem porém, mesmo acompanhado estou sempre sozinho, não consigo amar, vou esboçando leves sorrisos que escondem a minha infelicidade, procuro refugio em muitos afazeres, assim não tenho tempo para reflectir no quanto me falta, entregando-me por momentos sinto que estou acompanhado e um dia talvez encontre a confiança que me escapa e possa começar a amar, como será diferente então, pelo que ouço contar é um estado que transfigura a vida enchendo-a de cor, mas amar é uma coisa diferente de casar, casar e disso tenho experiência implica muitas coisas, os dias bons e os menos bons as minhas e as telhas dela, como é difícil a convivência pacifica entre o fogo e a água, é uma batalha que não se afigura simples, objectivos disjuntos por isso antagónicos, como são pesados estes laços que nos obrigam a suportar, que triste sina de quem nasceu para sofrer, penosamente carrega a minha cruz e tenho que na face exibir o meu melhor sorriso e agradecer pelas horas tranquilas que ela lhe não me oferece, alto bem alto gostaria de gritar que tenho pressa de viver e não posso adiar, o tempo passa e um destes dias tudo aquilo que eu poderia fazer hoje, será tarde amanhã, mas falta-me a coragem para quebras as cadeias que me tolhem os movimentos, este meio em que fui educado, impedem-me de dizer que vou partir à procura de um sonho e mesmo que caminhe sempre, um dia irei alcança-lo, no entretanto vou libertando a minha mágoa nestas linhas, mesmo correndo o risco de alguém vir e ler o que estou a fazer e por ainda não me conhecer apesar do tempo que já passou comigo ficar zangada, ainda não consegui perceber que mesmo que me ame muito, eu não sou capaz de a amar do mesmo modo.
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