ESCOLHER
Um destes dias fui chamado a escolher entre dois candidatos, tarefa aparentemente simples pois não se tratava de uma eleição crucial, daquelas em que poderia vir grande mal ao mundo, na fase de campanha fui inundado por um dos candidatos com um turbilhão de informação sobre aquilo que pretenderia fazer se fosse eleito, a poucos dias da eleição e curiosamente no mesmo dia, tive a oportunidade de estar com cada um deles, um pela tarde o outro ao final do dia, pretensamente para ser esclarecido sobre a linha de actuação futura de cada um. Já tinha sido informado de qual seria o sentido de voto de um dos meus correligionários e se ele me disse que o candidato é bom vou votar nele, posteriormente um dos agitadores de serviço da secção, conhecido pela sua grande capacidade de intriga e de provocar arruaça externamente se tal lhe for vantajoso, abordou-me para me sondar e informar que iria integrar uma das candidaturas, fiquei de pé atrás, mas como não quero votar em branco vou ouvir os dois. as cantilenas do agitador, mas não é disto que eu quero falar.
Assim aconteceu, no dia marcado e a convite do seu “mandatário” lá fui almoçar com o candidato apoiado pelo agitador, encontrei uma sala bem organizada com um programa eleitoral em cada um dos lugares, a logística tinha sido bem tratada, perfeito para angariar o que se pretendia, depois do almoço e antes do café pausa para se ouvir o candidato, começa o senhor a falar e qual é o meu espanto quando o ouço afirmar que só nesse dia teve conhecimento de quem o apoiava ao ver o texto final em forma de livro, o que era suposto ser o seu programa de actuação, nesse instante pensei soa a falso, recordei os tempos em que eu próprio tive que elaborar o meu programa de actuação, não deixei nada fora do meu controlo, apesar de com todos os outros elementos eu ter dialogado e ter aceite algumas das suas sugestões, foi minha escolha o texto final apresentado, não sou politico de carreira dai talvez a minha fraca capacidade para delegar, mas não ficou por aqui notei a insegurança com que ele falava daquilo que supostamente tinha escrito, logo ali os meus botões falaram, apoiado por quem és e com esse discurso agradeço o almoço mas o meu voto não levas.
Entretanto fui convidado para jantar fora, esse dia foi o ultimo dia de desilusão nacional, Portugal perdeu sabem com quem por isso não vou referir, não sendo de todo amante de futebol gostava que o resultado tivesse sido diferente, teríamos tido mais uns dias de descanso, sem noticias ruins e sem nos preocuparmos com o modo como o governo desgoverna, não me sinto governado pelos senhores que lá estão antes pelo contrário, bom mas voltemos aos candidatos no final do jogo tendo na boca o amargo da derrota, dirigi-me para o local onde seria a apresentação do outro candidato, deparo-me com uma pessoa tranquila, rodeada de pessoas igualmente tranquilas, daquelas que nos fazem sentir que estão felizes, no olhar dela e na forma como me cumprimentou notei segurança, temos postura, não me lembro quantas pessoas estiveram lá, mas sim as suas primeiras palavras, obrigado por estarem aqui a uma hora destas, dispostas a ouvir o que eu tenho para vos dizer, lá continuou confesso que na voracidade de ler o seu manifesto, estive parte do seu discurso sem prestar grande atenção, acabado o seu discurso e apesar de um desalmado cachorro ter latido durante uma parte significativa dele, controlada que foi a saída do observador, na hora decidi apoiar a sua candidatura.
Após a eleição não recordo quando, o meu telemóvel tocou, do outro lado ouvi a voz de alguém que eu jamais imaginaria que pudesse ligar-me, olá eu sou a eleita, telefono para agradecer a ajuda que deu para a minha eleição, como não sou perfeita quando achar que estou a ir mal não hesite ligue e diga de sua justiça, na hora balbuciei um ténue ok, passado o momento disse, fiz uma boa escolha, pensei, grande diferença do clássico, que forma correcta de estar na vida, a independência de quem não precisa do cargo que vai exercer reflecte-se nestes pequenos gestos, é bom quando em qualquer altura podemos dizer que erramos ser ter o rabo preso, como alguns dos párias da politica que andam por ai.
Assim aconteceu, no dia marcado e a convite do seu “mandatário” lá fui almoçar com o candidato apoiado pelo agitador, encontrei uma sala bem organizada com um programa eleitoral em cada um dos lugares, a logística tinha sido bem tratada, perfeito para angariar o que se pretendia, depois do almoço e antes do café pausa para se ouvir o candidato, começa o senhor a falar e qual é o meu espanto quando o ouço afirmar que só nesse dia teve conhecimento de quem o apoiava ao ver o texto final em forma de livro, o que era suposto ser o seu programa de actuação, nesse instante pensei soa a falso, recordei os tempos em que eu próprio tive que elaborar o meu programa de actuação, não deixei nada fora do meu controlo, apesar de com todos os outros elementos eu ter dialogado e ter aceite algumas das suas sugestões, foi minha escolha o texto final apresentado, não sou politico de carreira dai talvez a minha fraca capacidade para delegar, mas não ficou por aqui notei a insegurança com que ele falava daquilo que supostamente tinha escrito, logo ali os meus botões falaram, apoiado por quem és e com esse discurso agradeço o almoço mas o meu voto não levas.
Entretanto fui convidado para jantar fora, esse dia foi o ultimo dia de desilusão nacional, Portugal perdeu sabem com quem por isso não vou referir, não sendo de todo amante de futebol gostava que o resultado tivesse sido diferente, teríamos tido mais uns dias de descanso, sem noticias ruins e sem nos preocuparmos com o modo como o governo desgoverna, não me sinto governado pelos senhores que lá estão antes pelo contrário, bom mas voltemos aos candidatos no final do jogo tendo na boca o amargo da derrota, dirigi-me para o local onde seria a apresentação do outro candidato, deparo-me com uma pessoa tranquila, rodeada de pessoas igualmente tranquilas, daquelas que nos fazem sentir que estão felizes, no olhar dela e na forma como me cumprimentou notei segurança, temos postura, não me lembro quantas pessoas estiveram lá, mas sim as suas primeiras palavras, obrigado por estarem aqui a uma hora destas, dispostas a ouvir o que eu tenho para vos dizer, lá continuou confesso que na voracidade de ler o seu manifesto, estive parte do seu discurso sem prestar grande atenção, acabado o seu discurso e apesar de um desalmado cachorro ter latido durante uma parte significativa dele, controlada que foi a saída do observador, na hora decidi apoiar a sua candidatura.
Após a eleição não recordo quando, o meu telemóvel tocou, do outro lado ouvi a voz de alguém que eu jamais imaginaria que pudesse ligar-me, olá eu sou a eleita, telefono para agradecer a ajuda que deu para a minha eleição, como não sou perfeita quando achar que estou a ir mal não hesite ligue e diga de sua justiça, na hora balbuciei um ténue ok, passado o momento disse, fiz uma boa escolha, pensei, grande diferença do clássico, que forma correcta de estar na vida, a independência de quem não precisa do cargo que vai exercer reflecte-se nestes pequenos gestos, é bom quando em qualquer altura podemos dizer que erramos ser ter o rabo preso, como alguns dos párias da politica que andam por ai.
1 Comments:
Que bom nos tempos que correm, ainda conseguirmos ser surpreendidos pela positiva.
E o bostor, bem precisa, não é?
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