Sabes
Sabes que eu não sou uma coisa, que se usa e deita fora, porque teimas em fazer-me sentir como desperdício, caco velho que por já não ter utilidade se coloca no lixo, começo a estar cansado do ambiente que me rodeia, desta sociedade de descartáveis onde somos carneiros, vagabundos e tratados como estúpidos, que triste forma de viver, nesta corrente que avassala o meu pensamento, recordo e procuro um sentido para a minha existência, quantos caminhos deixei a meio por medo, quantas vezes fui tratado como erva daninha, quantas vezes me violaram o corpo e a alma, sim porque apesar de homem também me sinto violado, violentado, tratado como indigente, mas apesar desta indiferença procuro calar dentro de mim a revolta, disfarço com um gélido sorriso a dor que tudo isso me provoca.
Nasci com um objectivo, qual é, quantas vezes não sei, nas diversas tentativas de o encontrar tenho somado derrotas, sim a vida tem-me derrotado, são falhanços atrás de falhanços, nesta viagem que por não ter rumo, deixa passar ao lado aquilo que me poderia tornar mais feliz, olho para o teclado e sinto raiva das teclas por me obrigarem a escrever e me mostrarem que não posso calar-me, tenho que fazer fluir esta dor que me percorre, paro para reflectir e vejo à minha volta a confusão instalada na minha secretária, tenho pouca vontade de lhe dar fim, procuro um folgo para continuar com o propósito do meu dia, mas desisto não vale a pena, pouco importa pois apenas os carneiros são bem vistos, por isso mais papel menos papel tanto faz, só contam os protegidos, eu sempre fui um desalinhado, qual D. Quixote a lutar contra os moinhos de vento, os dele eram imaginários os meus fantasmas são reais, é esta monotonia cinzenta que me obriga a chegar sempre cedo, as regras a que me imponho, esta conduta a que me apego, qual concha que me protege, o pior é que quando finalmente reunir força para quebrar com tudo e sair, qual guerreiro para travar a batalha da minha vida, não sei se vencerei ou não, mas seguro do meu querer irei triunfar, pois sentirei do meu lado a razão, a minha razão, não aquela que me tem sido imposta.
Tinha preparado o meu dia queria fazer uma limpeza, mas logo que senti o cheiro do gabinete desisti, a minha vontade foi sair, e ir procurar o mar e nas suas ondas calmas, encontrar embalo para a minha mágoa, como é duro a solidão acompanhada, como pode ser cruel a consciência de que somos usados, repetidamente sinto-me uma máquina de lavar, sou usado tal como ela para limpar o que de menos bom vai acontecendo ou é necessário, nem mesmo os conselhos de quem não tem nada para aconselhar me fazem sentir melhor, se existe cura para a amargura ela tem que partir de mim, não a posso procurar no exterior, de mim há-de brotar o que de melhor existe e nessa altura poderei encontrar muito daquilo que tenho procurado, até lá vou deixando fruir os dias e com eles a esperança de que encontrarei algo melhor.
Nasci com um objectivo, qual é, quantas vezes não sei, nas diversas tentativas de o encontrar tenho somado derrotas, sim a vida tem-me derrotado, são falhanços atrás de falhanços, nesta viagem que por não ter rumo, deixa passar ao lado aquilo que me poderia tornar mais feliz, olho para o teclado e sinto raiva das teclas por me obrigarem a escrever e me mostrarem que não posso calar-me, tenho que fazer fluir esta dor que me percorre, paro para reflectir e vejo à minha volta a confusão instalada na minha secretária, tenho pouca vontade de lhe dar fim, procuro um folgo para continuar com o propósito do meu dia, mas desisto não vale a pena, pouco importa pois apenas os carneiros são bem vistos, por isso mais papel menos papel tanto faz, só contam os protegidos, eu sempre fui um desalinhado, qual D. Quixote a lutar contra os moinhos de vento, os dele eram imaginários os meus fantasmas são reais, é esta monotonia cinzenta que me obriga a chegar sempre cedo, as regras a que me imponho, esta conduta a que me apego, qual concha que me protege, o pior é que quando finalmente reunir força para quebrar com tudo e sair, qual guerreiro para travar a batalha da minha vida, não sei se vencerei ou não, mas seguro do meu querer irei triunfar, pois sentirei do meu lado a razão, a minha razão, não aquela que me tem sido imposta.
Tinha preparado o meu dia queria fazer uma limpeza, mas logo que senti o cheiro do gabinete desisti, a minha vontade foi sair, e ir procurar o mar e nas suas ondas calmas, encontrar embalo para a minha mágoa, como é duro a solidão acompanhada, como pode ser cruel a consciência de que somos usados, repetidamente sinto-me uma máquina de lavar, sou usado tal como ela para limpar o que de menos bom vai acontecendo ou é necessário, nem mesmo os conselhos de quem não tem nada para aconselhar me fazem sentir melhor, se existe cura para a amargura ela tem que partir de mim, não a posso procurar no exterior, de mim há-de brotar o que de melhor existe e nessa altura poderei encontrar muito daquilo que tenho procurado, até lá vou deixando fruir os dias e com eles a esperança de que encontrarei algo melhor.
1 Comments:
É sem dúvida a prova mais dura apercebermo-nos que o nosso modo de estar na vida, aquilo em que acreditamos, o que somos vai contra aquilo que os outros decidem aceitar de nós... como eu compreendo isso.
abraço e boa sorte
flower
Enviar um comentário
<< Home