terça-feira, setembro 19, 2006

RINO

Rino, mancebo em idade militar, como qualquer jovem da sua idade usa gel no cabelo, roupa larga, pingentes por tudo quanto é sitio e pratica um desporto muito em voga, acerta no boche, espécie de saco utilizado pelos praticantes de boxe, depende dos Pais para tudo quanto é necessidade porém não deixa de usar o último grito da moda seja no vestir, calçar ou usar, a tal ponto que a pobre da Mãe, para sustentar todos os vícios do menino, para além de trabalhar arduamente em dois empregos, viu-se na necessidade de arranjar um terceiro, por seu lado o Pai, que trabalha por turnos em dois lados, acompanhando a decisão da mulher arranjou mais uma ocupação, perguntarão e então do resto não fala, o que farão estes ditosos Pais para acompanhar o desejo consumista do adorado filho, mas falamos de Rino não de seus Pais a alusão a eles é só para se perceber que ele não vive sozinho, tendo por isso quem o guie na vida ou não, este menino orgulho de seus Pais, já chumbou em tudo quanto é curso da escolaridade obrigatória e não só, quedou-se pelo 8º ano, por falta de vocação, pretende ser picheleiro, não é nenhuma asneira, apenas uma profissão muito digna que o apogeu do plástico veio destronar, mas não consegue arranjar mestre, na busca incessante de aprender a profissão percorre tudo quanto são bairros na vizinhança e não só.
Numa das suas visitas ouviu um barulho que lhe parecia de bateria de tão metálico e harmonioso, procurou encontrar a origem de tal melodia, parou perto de uma porta pequena com um aspecto muito velho, vinha lá de dentro o som pelo qual se encantou, bateu então ao ferrolho o som parou, de dentro uma voz gritou: quem sois? Eu sou o Rino que aqui na porta lhe veio zombar, para o som escutar, pois bem meu rapaz, responde-lhe a voz, faz favor de entrar, aqui podes tu bater para aprender a profissão, toma porém atenção que a tua mão deve ser, leve como uma pena, mexer de cima para baixo com precisão, sem perder o compasso e com pouca agitação, continuando até acabar a função, no fim de bem bateres, para ficar na perfeição um pouco de unto terá a tua mão, e se melhor malhares outro tanto se lhe vai juntar até por fim já nem uma gota deitar, o latoeiro referia-se a um liquido que é usado para impedir que as pancadas do martelo fiquei marcadas na peça quando está a ser executada, que se segura numa das mãos enquanto a outra vai batendo na chapa.